du Contra: janeiro 2006

terça-feira, 31 de janeiro de 2006

História de M.F.W. - Segunda Parte

O garoto Whacker ainda não sabia se já tinha acordado, abrir os olhos não fazia diferença, a escuridão predominava. Acostumado a agir sem pensar, M.F.W. pegou sua espada e atacou o nada. Ele já tinha percebido que tinha algo na sua frente, mas ficou surpreso quando começou a cair terra em seu corpo, então veio o desespero. Tinha sido enterrado vivo e agora já sentia os efeitos do sufocamento, sua cabeça fervia em pensamentos de todos os tipos.

- O que aquela bruxa queria comigo? Por que não me matou? Preferia ter morrido. Estou com fome. – e agora lembrava do gosto amargo do café que tinha tomado, e voltou a sentir raiva, o peso imenso da terra em cima dele tinha desaparecido, parecia um nadador olímpico em busca de um novo recorde enquanto dava suas braçadas para conquistar o ouro, no caminho chegou a ver uma família de minhocas afofando a terra, mas matou todas sem piedade.

Quando apareceu na superfície, com o corpo todo sujo, a bruxa parecia estar chorando sob sua lápide. Será que tinha se arrependido? O garoto não se importou, não gostava de ver gente chorando, então avançou sem o mínimo de discrição. A velha era infinitamente mais experiente, e conseguiu desviar de um golpe enraivecido, enquanto disse sorrindo:

- Meus parabéns, não consigo acreditar! – agora seu corpo estava se transformando, curvas perfeitas surgiam, roupas realmente belas e limpas, um cheiro doce tomava conta do ar. O rosto que antes era cheio de rugas estava liso, parecia seda. Os cabelos cada vez mais brilhantes, negros, traços mais perfeitos pareciam inalcançaveis. Nunca que alguem podería chamar aquilo de bruxa, era uma princesa, senão uma rainha. – Você, garoto da mais pura idade, surpreende com suas ações, atendeu nosso chamado, espero que aceite nossa proposta.

A voz transmitia certeza e respeito, ninguém duvidaria de suas palavras, e seu tom era cada vez mais suave. Não fosse a curiosidade para saber o que ela estava dizendo ele já teria dormido, suas palavras pareciam uma canção de ninar.

- Meu nome é Oberste Schönheit, sou agente secreta de uma sociedade que luta pela segurança intergalática de nosso planeta. Minha função ultimamente tem sido contratar pessoas capacitadas para servir a Terra em primeiro lugar. Menino Whacker, venho te observando faz um bom tempo, e fiquei impressionada com sua habilidade usando esta espada de plástico! Então criamos esta situação holograficamente para te testar, você está dormindo em sua casa neste momento. Agora te apresento duas opções. – e mostra duas balas de cores diferentes que o menino nunca saberá de onde surgiram, estava preocupado demais em prestar atenção nas palavras da senhora Schönheit.

- Esta bala – e mostra a mão que segurava a vermelha – é simplesmente feita de açúcar, xarope de glicose, gordura vegetal hidrogenada e fécula de mandioca, com alguns corantes, aromatizantes, acidulantes e emulsificantes, mas nem contém glútem! Se você chupá-la, nada irá acontecer, no máximo uma cárie em seus dentes de leite, e ela te dará a obrigação de trabalhar para nós.

M.F.W. não estranhou muito aqueles nomes, estava acostumado com balas e, na verdade, sentiu uma grande vontade de ir logo escolhendo aquela, mas a curiosidade novamente tomou conta, ele faria tudo para continuar ouvindo aquela voz para sempre.

- E essa outra – e a mulher mostra a outra mão, com a bala azul – tem uma invenção do departamento de protótipos que será testada em você caso queira chupá-la, sua memória das últimas 3 horas viram sonho e você acorda de seu cochilo no sofá da sala. No mínimo sem graça, tendo em vista que sem memória você não é nada, as lembraças fazem uma pessoa, qual será sua decisão? Não me faça pensar que escolhi a pessoa errada, escolhas rápidas precisam ser feitas!

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Primeira parte

postado por Zeca Daidone - 00:01 - comente (11)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Primeiro dia

Pois é, mais um ano, mais um primeiro dia de aula, décimo quarto, de acordo com meus cálculos.

Não dormir por causa dos hábitos adquiridos nas férias, tirar todas as folhas soltas e papéis de bala da mala, achar o caderno pouco usado do ano passado até comprar outro, caçar uma caneta funcionando, e desenterrar o uniforme de dentro do armário.

"Não tá pronto ainda?", hora de levantar do cochilo sem sonho. Os primeiros quinze minutos de quando você chega na escola são quase fantasia, fazem você pensar o quanto você gosta de tudo isso.

- Viram o Ituano? Contrataram o Maurício Ceará! Eu fui naquele jogo em que o cachorro entrou em campo e recebeu o passe impedido.
- Ah, mas fiz um upgrade na memória de meu PÊ CÊ, agora vai rodar Matanças Mortíferas na boa.
- Porto de Galinhas tava TDB, pra vocês terem uma idéia, teve um dia que chupei sorvete!
- Eu não fiz nada, sou um fracasso. Mas sei quem saiu do BBB.
- Argentina vai ganhar a copa! Ei, olha aqueles novatos...

Dizem que a primeira aula é a que fica (no meu caso foi a segunda), mas as quatro juntas fazem você suplicar por férias, ao mesmo tempo que ainda não matou a curiosidade de como será o ano, na esperança de que tenha alguma mudança. Nunca tem, a não ser pelo fato de todos os professores dizerem que estamos mais maduros e deveríamos escovar os dentes depois das refeições prestar atenção. Opa, isso prova que não tem mudança mesmo.

Primeiro dia é primeiro dia, só perde pro segundo mesmo.

postado por Zeca Daidone - 23:26 - comente (4)

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Aventura nas cavernas dos anões - PARTE 5

Decidimos que agora eu teria que seguir sozinho para resgatar Lord Yank. É claro que as autoridades de Kazordoon já estavam sabendo de três humanos causando um bom estrago nas cavernas, e ficaria na cara se chegarmos lá na mesma formação. Diferente das cavernas, lá na cidade os humanos são benvindos, claro que com um grande interrogatório na entrada escondida da montanha.

Lord Ownz e Sir Wolf ficariam nas cavernas juntando os pertences dos anões que nós tínhamos matado, enquanto eu, iria atrás de um antigo amigo que mudou-se para Kazordoon fazia um bom tempo, e poderia me ajudar.

Voltei para o ar livre sozinho, em passos um pouco mais largos do que na ida. De vez em quando aparecia uns anões no caminho, mas eles não se arriscavam a atacar, saíam correndo para dentro da escuridão. Falando em escuridão, finalmente as tochas me foram úteis.

Finalmente saí das cavernas, respirei o ar fresco outra vez e já comecei a caminhada. Trinta minutos andando a leste e cheguei ao pé da montanha, logo vi uma rampa que levava para dentro, em uma passagem estreita que dava em um buraco.

Após descê-lo, entrei em uma trilha muito bonita, cheia de árvores antigas, dava a impressão de passar pelo meio da montanha. Olhando bem para cima dava para ver o céu azul, entre dois gigantes paredões de pedra.

No fim tinha uma escadaria, larga, com degraus longos e baixos, ela levava para o subsolo da trilha. Quando desci cheguei em uma passagem, estilo uma ponte, mas não passava por cima de água, e sim de lava.

Atravessei com um pouco de medo, sempre olhando para os lados e tentando ficar no centro do caminho, eu podia sentir um bafo de ar quente subindo de vez em quando. Após passar a ponte, dois anões guardas me pararam:

- Diga quem és, humano. Por qual razão veio em nosso abrigo?
- Sou Cluster, venho de Carlin. Venho visitar um velho amigo, Feres Lykourgos. Sabe onde posso encontrá-lo, amigo anão?
- Não acha que sei o nome de cada habitante dessa montanha! Está brincando! Vamos, passe logo! Rápido, não cause confusão... Não tenho ouvido boas coisas de seu povo.

Então, após deixar minha espada com o outro anão que estava ali do lado, prossegui, seguindo as placas até encontrar um banco, onde finalmente consegui mais informações. Me disseram que os humanos morando em Kazordoon vivem no topo da montanha, lugar onde bate o sol e, por isso, é detestado pelos anões.

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Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4

Ponha tudo na panela e mexa bem até sentir o cheirinho típico.

postado por Zeca Daidone - 23:59 - comente (3)

domingo, 22 de janeiro de 2006

Por baixo do pano - Parte 3

Apesar da escuridão, abrí meus olhos lentamente, lembrando do momento em que desmaiei. Eu ainda estava um pouco zonzo e confuso, mas as vozes que eu ouvia eram reais. Meus primos estavam sentados conversando, disseram que também desmaiaram com o gás e que não sabiam onde estávamos. Percebi que Helena não estava conosco, decidimos que tínhamos que fazer algo, sair daquele lugar e encontrá-la.

A sala era pequena, parecia abandonada. Não havia nada que pudesse ser útil, apenas a escada que dava numa porta trancada e uma janela alta e estreita que dava na altura do chão lá de fora, foi aí que percebemos que estávamos num porão. Quebrei a janela arremessando um dos pés do meu tênis e Márcio me levantou para que eu pudesse retirar os cacos remanecentes. Ao terminar, saí e olhei ao redor para ver se havia alguém. Estava deserto. Puxei Lara e em seguida Danilo, que me ajudou a puxar o Márcio.

A noite não estava tão escura quanto parecia, era noite de lua cheia e o céu estava estrelado. A grama estava aparada, havia algumas flores e umas árvores. Seguimos pelo caimnho de pedregulhos que tinha alí até que vimos uma pessoa parada de pé em um quiosque. A roupa preta e a pistola 9mm não enganavam: era um guarda.

Pedir ajuda não entrava na nossa lista de opções sobre o que fazer, já que nem sabíamos que lugar era aquele. Enquanto decidíamos, Márcio percebeu que o guarda estava saindo do quiosque e indo em direção à casinha da qual saímos. Nós esquecemos de olhar dentro da casa se havia algo útil, talvez essa fosse a hora para voltar lá.

Peguei um pedaço de pau que estava jogado no quiosque e fui atrás do guarda silenciosamente. Passo a passo fui me aproximando, e quando eu estava bem perto dele chutei as pedrinhas do chão sem querer. O guarda virou assustado e rapidamente o golpeei no lado direito de sua cabeça. Acidentes acontecem: o guarda estava morto.

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»Parte 1
»Parte 2

postado por Anônimo - 16:21 - comente (3)

sábado, 21 de janeiro de 2006

História de M.F.W. - Primeira Parte

Meister Fudge Whacker (M.F.W.), codenome de um garoto que ainda podia falar 'eu sabo' e 'pacacete', e estava andando por uma rua que nem era asfaltada. Honestamente, não teria muita certeza de que aquilo fosse uma rua se não tivesse passado aquele carro importado à mil por dez horas e espirrado areia molhada na fantasia de super herói do menino.

Ele ficou bastante nervosinho, e logo pegou sua espada e saiu correndo atrás do carro. Pena que ele não podia correr na mesma intensidade que sua coragem e persistência. Falo em persistência porque, na esperança de uma parada do carro, ele não parou de tentar seguí-lo por um bom tempo.

Ele só desitiu quando, além de estar tomado pelo cansaço, uma velha muito horrorosa o parou e ofereceu para entrar e tomar um café. O garoto odeia café, mas aceitou, pois sentiu o início de uma aventura. Era óbvio que a velha era uma bruxa, não só pelo vestido escuro, chapéu pontudo, varinha, casa sombria, cheia de aranhas e gatos pretos na varanda, mas ela tinha mau hálito! Só podia ser uma bruxa.

Após entrar, sentou em um banquinho do lado de uma mesa redonda de madeira, enquanto a velha ia preparar o café. No centro da mesa havia um pote de vidro cheio de um líquido amarelado, e mergulhado nesse líquido um escorpião. Nosso aventureiro não gostou nada daquela visão, então foi logo dando golpes no pote, jogando-o no chão e esparramando todo líquido no chão de tijolo, enquanto o escorpião foi parar embaixo de um ármario esquisito. Não deu tempo de ver como era o ármario, pois a bruxa tinha acabado de voltar com uma xícara na mão.

Ela pareceu não ter notado nada, e deu o café fervendo para o garoto tomar. Logo no primeiro gole M.F.W. embarcou num sono profundo, e a mulher começou a dar gargalhadas, do tipo que você ouve e sente vontade de rir, mas com o bafo, tem vontade de vomitar.

Continua no próximo capítulo.
(Aliás, já são três histórias sem fim nesse blog.)

postado por Zeca Daidone - 21:03 - comente (3)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Melhor piada

Sem comentários, eu sei que normalmente num faço esse tipo de post aqui (faço piores), mas num pude deixar passar!

Melhor piada de loira de todos os tempos, vale a pena dar umas risadas.

postado por Zeca Daidone - 02:25 - comente (3)

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Sensações

O inexplicável às vezes é difícil de explicar. O inexplicável, no caso, seria um modo de dizer das pessoas para exaltar as características da coisa em questão. Desta vez, por exemplo, falaremos de uma sensação.

Quando falamos em sensações, não estamos limitados às básicas: quente, frio, medo, alegria, tristeza. Posso citar a sensação de lavar, antes de cortar o cabelo no salão.

- Vamo lá? - e sem esperar minha resposta, embala em passos rápidos - Pode ser aqui.

Enquanto me ajeitava, tentando ficar numa posição menos desagradável, já pude sentir a água na minha cabeça, tão quente quanto a temperatura de fusão do Molibdênio. A inicial massagem no meu couro cabeludo me fez ter a falsa impressão que não ia ser tão ruim, ainda mais que já tinha me acostumado com aquela exorbitante temperatura.

Essa impressão parou no exato momento em que meu cabelo começou a ser puxado, um fio de água escorria pelas minhas costas, e meu ouvido foi entupido com espuma. Claro que seria muito animador se essa situação não perdurasse por tanto tempo. Conforme os segundos passavam, o desespero tomava conta de mim. O pescoço já estava doendo, e as pernas começavam a adormecer.

Então, após uns cinco ou seis tipos de shampoos, cremes e produtos fedidos passados no meu cabelo, tive a doce sensação da toalha levantando minha cabeça, e aquilo tudo tinha acabado. O sangue voltou a correr e preencher meu cérebro. Essa seria uma ótima prova valendo a liderança no BBB6.

Vocês podem perceber que as sensações podem ser narradas, e quem sabe, imaginadas pelo leitor, mas continham sendo inexplicáveis.

Já era noite, e qualquer ruído podia ser facilmente abafado pelo barulho das ondas e do vento. Na escuridão, qualquer luz é um holofote, principalmente neste caso em que a lua não podia ser vista.

Chegando mais perto do mar, sentei na areia. Minutos angustiantes de espera, acho que poderia dizer horas, e finalmente o vento começou a perder sua intensidade. Poucos momentos e o aguardado estava chegando, o tempo havia parado. Nada de vento, luzes, barulho do mar ou qualquer movimentação das ondas.

A única escuridão facilmente poderia significar e ser comparada a outras coisas. Desde um quarto pequeno, quente e aconchegante, até a imensidão de um deserto. Loucura, o vazio do que era preto poderia se levar a mudança para outras cores. Não ter vento poderia significar tempestade, e o silêncio talvez fosse preenchido com gritaria.

postado por Zeca Daidone - 19:06 - comente (6)

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Cluster voltando

Oi povo, hj é terça e eu tenhu q atualizar aki... Não tenhu nada pra escrever, to em Belo Horizonte prestando 2ª fase da ufmg e por sinal to só me fudendo aki. =/

O cluster deve estar voltando logo, pois ele disse q voltaria perto do dia 15 e pelo q vejo hj eh dia 10! Vo indo nessa... espero q o proximo post seja feito por ele =P

Teh mais,,,

[update]

Cluster diz:

Opa, voltei! =) Terça tem post novo, acho... beijos e até mais!

postado por Anônimo - 21:45 - comente (1)

sábado, 7 de janeiro de 2006

Por baixo do pano - Parte 2

Pedi para que meus primos não deixassem o povo chegar muito perto, Helena devia estar assustada. Perguntei a ela se estava sentindo-se bem, ela disse que apenas uma fraca dor de cabeça a incomodava. Fiquei preocupado com essa dor de cabeça, pois, segundo Dr. Frank, ela sofrera um aneurisma. Carreguei Helena para fora, seus pais nos acompanharam. Ela ouviu perplexa tudo que tínhamos para contar sobre seu suposto falecimento e, antes mesmo do final, ela chorava sem parar.

Helena foi pra casa com seus pais para descansar um pouco. Eu e meus primos fomos para casa do Márcio, onde estávamos hospedados, mas não conseguíamos pensar em descansar. Nós queríamos procurar Dr. Frank, mas ele não estava de plantão esta noite.

Os primeiros raios solares já entravam pelas frestas da janela de nosso quarto, mas eu tinha dormido somente uma ou duas horas, estava preocupado. Fui ao banheiro e quando voltei Danilo estava acordado. Conversamos um pouco sobre o ocorrido da noite anterior até que Márcio acordou. Chamamos Lara no outro quarto, tomamos café da manhã e discutimos todos juntos sobre como agiriamos.

A conversa durou a manhã toda. Depois do almoço, passamos na casa de Helena para pegá-la e ir ao hospital que Dr. Frank trabalhava, mas ela não quis vir. Disse que estava cansada e seus pais acharam melhor que ela ficasse. Cerca de meia hora depois nós já estávamos de volta na casa de Helena, pois o médico não estava. Ele só chegaria para o plantão às oito horas da noite.

Ficamos na casa de Helena até chegar a hora de voltar ao hospital, ela optou por vir conosco. Chegando lá, a atendente falou que Frank estava ocupado, mas dissemos que era importante e pedimos que falasse para o médico que uma paciente dele havia ressucitado. Ela parecia meio confusa, mas foi dar o recado, e quando voltou, nos levou para a sala 101 e disse que o doutor chegaria logo.

Era uma sala pequena e não se parecia nem um pouco com salas de hospital, o que me deixou intrigado. Passamos cerca de três minutos lá dentro só observando a sala, até que Danilo me puxou pelo braço e apontou para um canto, saía fumaça por uma grade na parede. O gás tomou conta da sala rapidamente e comecei a enxergar tudo embaçado, fiquei meio zonzo e caí inconsciente no chão.

postado por Anônimo - 00:04 - comente (3)

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Por baixo do pano - Parte 1

Mais um ano chegava ao fim. Era meados de dezembro, um típico final de tarde de nossas férias escolares. Não me recordo que dia da semana era, isso não muda muita coisa pra quem está sem fazer nada todos os dias. Eu estava dirigindo o Opala dourado que herdei de um primo devido a uma espécie de acordo familiar e junto comigo estavam meu primo daqui da cidade, o Márcio e meu primo que me hospedava na cidade da minha faculdade, o Danilo.

Nós estávamos dando umas voltas para tentar evitar a monotonia da cidade até avistarmos algumas pessoas andando pela praça central, todos estavam de preto, não entendi a princípio do que se tratava, mas Danilo percebeu logo: era uma marcha fúnebre. Aproximei o carro para que pudéssemos satisfazer nossa curiosidade e ver quem havia morrido, mas a concentração de pessoas não permitia. Parei o carro e fomos a pé até o centro da marcha para ver o defunto, não acreditei no que via. Ali estava Helena, uma prima de terceiro grau (ou algo por aí) nossa. A morte ainda não havia tirado a beleza de seu rosto, que ainda rosado parecia sorrir.

Passado o susto, resolvemos ir para a casa avisar Lara - irmã de Danilo - que tinha uma forte amizade com Helena. Ao receber a notícia, desabou a chorar. Algum tempo passou, estávamos mais calmos, então fomos ao velório municipal ver pela última vez a garota que um dia fizera parte de nossas vidas.

Chegando no velório demos nossos votos de pesar aos familiares de Helena e ficamos em um canto esperando diminuir o movimento. O lugar era sujo e mal iluminado, tinha uma aparência realmente assombrosa. As árvores lá fora faziam muito barulho e o vento, que soprava frio em nossas costas, arrepiava bastante.

Márcio consolava Lara enquanto Danilo e eu conversávamos com um tio de Helena. Ele disse que, de manhã, sua sobrinha reclamou de uma dor muito forte na cabeça e logo em seguida caiu inconciente no chão. O atestado de óbito, assinado pelo Dr. Frank, declarava que a morte foi devido ao rompimento de um aneurisma cerebral. Não perguntamos muitos detalhes para evitar aumentar o sofrimento de ambos os lados. Ficamos parados por um tempo, todos choravam muito, mas parecia que o corpo não estava ali, ninguém dava atenção. Cada um sofria sozinho a dor da perda.

Virei para beber um pouco de água no bebedouro que havia atrás da gente e quando reencostei no pilar fiquei pasmo. Lara perguntou preocupada o que havia ocorrido, mas não consegui responder. Helena estava acordada, sentada no caixão esfregando seus olhos e tentando entender o que estava acontecendo. Caminhei até lá, um pouco receioso, e toquei seu rosto. Eu não estava sonhando, ela estava viva! Meus primos chegaram logo atrás e acabaram chamando a atenção de todos ao redor, que, também espantados, se aproximaram e logo nos cercaram para confirmar o que seus olhos enxergavam.

postado por Anônimo - 00:16 - comente (4)

o que era pra ser?

Blog feito para expressar opiniões que eram para ir contra a maioria da sociedade, mas acabam sem expressividade e não expressam nada com expressão mesmo. Então o objetivo é propagar informações e/ou qualquer coisa que talvez não sejam muito informativas, mas o principal e quem sabe até real motivo é servir como uma válvula de escape de uma criatividade extremamente fértil, que infelizmente de vez em quando não é bem direcionada. Por enquanto.

quem acho que sou?

cluster / josé a. daidone neto

Estudante de Engenharia de Computação na UFSCar, 22 anos de idade, inquieto quando era para ficar quieto e quieto quando era para inquietar-se, tenta estar animado mesmo diante dos piores cenários para nosso incerto futuro. Saiba mais aqui

Gosta muito de ler, de computadores, internet, desenhos animados, séries (mas não as numéricas), filmes de ação e de aventura, ama o seu quarto e é viciado em Pink Floyd, mas tem ouvido muita coisa ultimamente.

Não gosta de várias coisas, como por exemplo ter que repetir o que disse após um 'oi?' ou simplesmente perder um gol durante a educação física (isso não existe mais, enfim). Em tempos de universidade, não gosta de ter que dedicar tanto a teoria matemática e perceber que toda sua criatividade e tempo livre cada vez são menores. Também não gosta de ter que lembrar o que não gosta.

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